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Worldcoin: Venda de Íris no Brasil: Entenda o Projeto, Seus Objetivos, Benefícios e Riscos

curiosidade quanto preocupação

15/01/2025 às 14h56 Atualizada em 15/01/2025 às 15h01
Por: Redação
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Venda de Íris no Brasil: Entenda o Projeto Worldcoin, Seus Objetivos, Benefícios e Riscos

Nos últimos meses, o Brasil viu surgir uma iniciativa controversa que gerou tanto curiosidade quanto preocupação: o projeto Worldcoin. Desenvolvido por Sam Altman, também conhecido por seu papel como CEO da OpenAI (criadora do ChatGPT), esse projeto propõe criar uma identidade digital global por meio do escaneamento da íris humana. Como incentivo, os participantes recebem uma quantia da criptomoeda nativa do projeto, a WLD.

Com o Brasil como um dos países-alvo para a implementação da Worldcoin, é fundamental compreender o que está por trás dessa iniciativa, quais são os objetivos declarados, como funciona a remuneração, os riscos associados e as preocupações éticas envolvidas. Além disso, exploraremos casos semelhantes ao redor do mundo e as reações de governos e organizações reguladoras.

O Que É a Worldcoin?

A Worldcoin foi lançada com um objetivo ambicioso: criar uma identidade digital universal para diferenciar humanos de inteligências artificiais em uma era onde as IA estão cada vez mais integradas à sociedade. Segundo seus fundadores, essa identidade digital também poderia ser usada para implementar uma forma de renda básica universal, com a distribuição de criptomoedas para todos os participantes do projeto.

A World foi fundada em 2019 por Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, e por Alex Blania. Segundo os fundadores, o objetivo é criar uma rede de identificação de humanos para combater as falsificações que serão feitas com o avanço da inteligência artificial.

O projeto utiliza um dispositivo chamado "orb" — uma esfera metálica equipada com tecnologia para escanear a íris humana. Esse escaneamento gera uma identidade digital única que, segundo a empresa, não é vinculada diretamente a dados pessoais, garantindo a privacidade do usuário.

Mais de 150 mil brasileiros já tiveram a íris escaneada em projeto de criador do ChatGPT - O projeto completou dois meses em operação no Brasil. Em coletas na cidade de São Paulo, a Tools for Humanity oferece 25 unidades da criptomoeda da companhia, cerca de R$ 300 na cotação atual.

Alex Blaina e Sam Altman, cofundadores da World
Alex Blaina e Sam Altman, cofundadores da World — Foto: Divulgação

Como Funciona a Participação

Os participantes precisam baixar o aplicativo da Worldcoin, criar uma conta e agendar uma visita a um dos locais onde estão os “orbs”. Após o escaneamento da íris, recebem uma quantia de 25 WLD. No momento do lançamento, essa quantia equivalia a cerca de US$ 54,44 (aproximadamente R$ 270).

No Brasil, a Worldcoin iniciou suas operações em julho de 2023, com postos em cidades como São Paulo. No entanto, após apenas duas semanas, o projeto foi suspenso devido às crescentes preocupações com a privacidade e regulamentação dos dados biométricos coletados.

Objetivos Declarados do Projeto

Os objetivos da Worldcoin incluem:

  1. Criar uma identidade digital global: Uma identificação universal baseada na biometria da íris para distinguir humanos de inteligências artificiais em um cenário de crescente integração de IA.

  2. Implementar uma renda básica universal: Com a distribuição de sua criptomoeda nativa, a Worldcoin busca aliviar desigualdades econômicas e oferecer uma forma de sustento básico para populações ao redor do mundo.

  3. Promover a adoçção de blockchain e criptomoedas: Ao recompensar os participantes com WLD, o projeto visa incentivar o uso e a aceitação de tecnologias baseadas em blockchain.

Preocupações e Críticas

Embora a proposta seja inovadora, a Worldcoin tem enfrentado uma série de críticas e preocupações, incluindo:

  1. Privacidade: A coleta de dados biométricos sensíveis, como a íris, levanta questões sobre o armazenamento e o uso dessas informações. Embora a empresa afirme que os dados são anonimizados, não há garantias absolutas contra vazamentos ou uso indevido.

  2. Regulamentação: Vários países, como França, Alemanha, Quênia e Argentina, iniciaram investigações para avaliar a legalidade do projeto. Na Coreia do Sul, a Worldcoin foi multada em aproximadamente R$ 4,5 milhões por violações de privacidade.

  3. Segurança dos dispositivos: Uma auditoria recente revelou falhas no software dos “orbs”, aumentando preocupações sobre a segurança dos dados coletados.

  4. Falta de transparência: Críticos apontam que os objetivos do projeto nem sempre são claros e que pode haver uma subestimação dos riscos envolvidos para os participantes.

Casos Internacionais

A Worldcoin tem enfrentado desafios em diversos países. Na Espanha, por exemplo, o projeto foi suspenso temporariamente em março de 2024 devido às preocupações com privacidade e proteção de dados dos cidadãos. Na Argentina, investigações estão em andamento para avaliar as práticas da empresa.

Outro exemplo é o Quênia, onde o governo ordenou a suspensão das operações da Worldcoin em 2023, citando preocupações com a segurança nacional e a falta de regulamentação adequada.

Benefícios e Atrativos

Apesar das críticas, muitos participantes consideram os benefícios atraentes. A remuneração em criptomoedas oferece uma oportunidade de ingressar no mercado de ativos digitais, especialmente para pessoas que nunca tiveram acesso a esse tipo de tecnologia.

Além disso, a promessa de uma identidade digital universal pode simplificar processos burocráticos e permitir um maior acesso a serviços digitais.

Considerações Finais

O projeto Worldcoin representa uma tentativa audaciosa de integrar tecnologias emergentes, como blockchain e IA, à sociedade global. No entanto, é fundamental que os participantes estejam cientes dos riscos envolvidos, especialmente no que diz respeito à privacidade e à segurança dos dados.

Com investigações em andamento em vários países e uma crescente pressão por regulamentação, o futuro da Worldcoin permanece incerto. Independentemente disso, o projeto destaca a necessidade de debates mais profundos sobre o uso de dados biométricos e as implicações éticas das tecnologias digitais em escala global.

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